“A Educação Somática é um campo teórico-prático que reúne diferentes métodos cujo eixo de pesquisa e atuação é o movimento do corpo no espaço como uma via de transformação de desequilíbrios: mecânico, fisiológico, neurológico, cognitivo e/ou afetivo de uma pessoa.


Os métodos de Educação Somática nasceram na Europa e na América do Norte entre os séculos XIX e XX. O termo somática tem origem na palavra grega soma, que significa corpo vivo. Segundo Hanna (1979), soma é o corpo subjetivo, percebido diretamente em “primeira pessoa”. E corpo é aquilo que se percebe em “terceira pessoa”, ou seja, de fora.
A Educação Somática objetiva a manutenção e recuperação da saúde, através da aplicação de técnicas precisas cujo eixo central é o movimento do corpo. Cada método de Educação Somática tem suas técnicas pedagógicas próprias. Porém, o conjunto dos métodos de Educação Somática baseia suas intervenções pedagógicas em valores que se contrapõem a uma visão puramente mecânica do corpo.
Os métodos de Educação Somática partilham o princípio de que o corpo é um organismo vivo indivisível e indissociável da consciência. Para os professores de Educação Somática, o corpo carrega em si o meio onde vive, bem como emoções, pensamentos, valores socioculturais, políticos e espirituais. Dentro dessa ótica, o corpo não é uma matéria inerte habitada por uma consciência: o corpo é ele mesmo um dos estados de consciência do ser humano.
Em Educação Somática, não se privilegia a correção de patologias ou disfunções, mas trabalha-se a capacidade da pessoa a encontrar uma organização somática mais eficaz.

A compreensão de que o corpo e a consciência formam um todo sustenta as estratégias pedagógicas dos professores de Educação Somática. Isso significa que as aulas não são construídas somente em função dos sintomas apresentados pelos participantes. O professor opta por levar a pessoa a tomar consciência de que seu “problema” tem relação, entre outros fatores, com a maneira como ela se move.

A auto-regulação é a faculdade inata que os organismos vivos têm de reencontrar seu equilíbrio. Um dos eixos de ensino dos métodos de Educação Somática é a reativação dos mecanismos de auto-regulação. Dentro do processo de aprendizagem em Educação Somática, a pessoa é levada a reconsiderar a posição que adota em seu trabalho; seus hábitos de vida; suas relações com o meio em geral; a percepção que tem de si mesma; sua vida afetiva, social etc.

O papel do professor de Educação Somática é o de levar a pessoa a dar sentido ao próprio desequilíbrio, através de suas sensações internas. Ele ajuda o aluno a reativar seus mecanismos naturais de auto-regulacão, a fim de recuperar o bem-estar.
Para o ser humano, por exemplo, problemas de saúde podem ocorrer quando sua capacidade de auto-regulação se encontra enfraquecida ou reprimida, como nos casos de trauma, de estresse, hábitos de vida inadequados, etc.

Nesse sentido, é importante alimentar nossa capacidade de distinguir nossos estados de equilíbrio e desequilíbrio, bem como saber qual o caminho de um a outro. Nesse caso, é possível enfrentar os desafios cotidianos, quando estamos aptos a nos adaptar, tendo o suporte de recursos naturais do organismo, tal como a auto-regulação.
Quando reconhecemos o potencial inescrutável do corpo e respeitamos seus limites, podemos então estabelecer maior intimidade com nós mesmos e integrar uma nova qualidade de movimento, que se reflete em toda e qualquer atividade cotidiana, seja qual for nossa idade, sexo ou ocupação”

Destacam-se como métodos de Educação Somática:

    Antiginástica,
    Técnica Alexander, 
    Método Feldenkrais, 
    Eutonia,
    Ginástica Holística,
    Método Danis Bois,
    Método das cadeias musculares e articulares G.D.S.,
    Body-Mind Centering,
    Bartenieff,
    Continuum,
    Somaritmos e
    algumas correntes do Método Pilates.

Para esta descrição da Educação somática agradeço Débora Bolsanello para a sua concessão.